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O JARDINEIRO  // 

Fazenda de Flores Celestiais:
 

Numa fazenda de flores a velhinha japonesa, com suas botas brancas corre em passos miúdos com uma caixa de flores nas mãos.
 

Ela tenta levar às pressas as flores para uma maria fumaça, que aguarda já apitando a saída.
 

As cores são esmaecídas, quase em preto e branco, porém as flores tem uma cor muito intensa.
 

Tudo é absolutamente sem áudio.

 

Enquanto a pequena velhinha corre aos seus passos, tentando alcançar o trem os outros jardineiros se levantam de entre as plantações tentando observar o dilema.

Tudo se passa em câmera lenta.

Enquanto ela corre as rosas brancas balançam muito na caixa de papelão.

O sol é pleno e o chapéu branco da velhinha é seu único abrigo.

A mão rústica do maquinista toca o último apito de partida e aciona a alavanca que faz a locomotiva se movimentar.


As rodas de ferro patinam, puxando a pesada composição.

Do último vagão já em lento movimento surge uma figura com belo uniforme ferroviário.
 

O bilheteiro sem rosto estende a mão com a luva branca tentando pegar a caixa de rosas que a velhinha carrega.
 

Num movimento desajeitado a velhinha consegue entregar a caixa ao bilheteiro, porém uma das rosas cai da caixa.
 

A mão do bilheteiro espera em vão a flor remanescente, mas o trem já havia partido e não mais pode parar, deixando para trás a rosa que caiu e a velhinha a observar.
 

A mão do bilheteiro sem rosto puxa uma corda na maria fumaça dando sinal de freio para o maquinista.
 

A mão surrada do maquinista puxa a alavanca, causando o travamento das rodas do trem, faiscando muito e parando a composição.


O bilheteiro salta da composição ainda em movimento que  já está bem longe, quase saindo pelo portão gigante que encerra os limites da fazenda de flores

 

São Paulo, 10 de maio de 2003, cotidiano terreno:
 

Uma ambulância se encaminha às pressas para o pronto socorro. Dentro dela um velho com aparentes 70 anos de idade, nú e sem documentos é socorrido.

Já no hospital os médicos constatam que o velho é vítima de grave derrame.


O velho acorda depois de 3 dias, nota que está paralítico do seu lado esquerdo.
 

Está num hospital público, muito precário.
 

Nas macas ao seu lado existem diversos enfermos, entre eles um indigente de 35 anos com o nome de nome Luciano, considerado esquisofrênico.

 

Sem saber de onde veio e nem mesmo seu próprio nome o velho tem grande dificuldade em se adaptar e passa dias chorando.
 

Poucos enfermeiros compreendem as palavras do velho, pois sua fonética foi comprometida pelo derrame.
 

Mas as boas almas sempre existem: Deílma é enfermeira do hospital e se interessa muito pelo estado de saúde do velhinho.
 

Uma amizade verdadeira se estabelece entre os dois.

 

Sem nenhuma razão aparente o esquisofrênico Luciano atormenta os dias do velho no hospital. Luciano diz que o velho é uma aberração e espera ancioso o dia que o velho morra.

 

Vários dias se passam e o velho começa a se recuperar, graças aos esforços da enfermeira.
 

Sua fala se torna entendível, e os movimentos da perna começam a se normalizar, até mesmo alguma memórias habitam de novo a mente debilitada do velho.
 

A única memória viva na mente dele é que nasceu em Ourinhos, MG.

 

Um dia na fisioterapia um enfermeiro auxiliar segura firmemente a mão paralítica do velho, tentando recobrar os movimentos dela, é então que um fato perturbador acontece:

Jardim Celestial:

Enquanto segura a mão do enfermeiro o velho se vê num imenso jardim de rosas amarelas.
 

No jardim o velho está em plena forma, e com movimentos normais.
 

O velho se agaixa em frente a uma das milhares de roseiras, e nota um galho com 3 rosas, nota também que um pequeno botão está caído e murcho. Toca o pequeno botão com uma das mãos, mas o botaozinho torna a cair.

 

Cotidiano Terreno:

O velho pergunta para o enfermeiro se ele tem filhos.

O enfermeiro com pesar responde que sim, que na verdade é uma menina e ela tem leucemia.
 

Embaraçado, o velho diz estar cansado e não quer fazer fisioterapia naquele dia. O enfermeiro não insiste.

 

Quando volta para seu leito o velho aguarda ancioso a chegada de Deílma, que está em seu dia de folga.
 

No dia seguinte Deílma volta as suas tarefas de enfermeira, e só de passar em frente ao corredor é insistentemente chamada pelo velho, que está ávido por lhe falar seu ocorrido.
 

Após contar tudo o que presenciou para Deílma, ela rí dizendo ser muito bonito, mas que não acredita nele.
 

Luciano, que está amarrado na maca ao lado ouve tudo e começa a gritar, dizendo saber do que o velho fala e novamente afirma que o velho é uma aberração, que o havia encontrado, deveria lhe tirar a vida.
 

Por bem os médicos decidem mudar Luciano de ala.

 

Dois dias depois o enfermeiro terapêuta vêm para os exercícios do velho.

Mas desta vez o velho está preparado e pede para que o enfermeiro não largue de sua mão, haja o que houver.
 

Sem entender o pedido o enfermeiro aceita a condição e segura firmemente a mão do velho.
 

No momento em que o enfermeiro toca a mão do velho ele parece desacordar.

 

Jardim Celestial:

Novamente no imenso jardim o velho corre por entre as roseiras procurando pelo pequeno botão caído.
 

Quando encontra a roseira ele cuidadosamente pega com sua mão o pequeno botão.
 

Rasga de sua própria camisa um pequeno retalho, encontra no chão um fino graveto e improvisa uma espécie de tala em volta do caulezinho do botão, firmando-o. Após terminar o reparo uma linda borboleta azul pousa no botão de rosa.

 

Cotidiano Terreno:

Quando volta de seu transe, exausto, o velho pergunta se havia passado muito tempo.
 

O enfermeiro aos risos responde que ele apenas piscou os olhos.
 

O velho sorri muito alegre, dando tapinhas no braço do enfermeiro e diz saber o porque do tal jardim.
 

Diz para o enfermeiro aguardar a melhora da filha, porque se daria em pouco tempo.
 

Irritado o enfermeiro xinga o velho  de louco e sai da sala esbravejando.
 

O velho, ainda ofegante de cansaço afirma ter certeza.

 

Fazenda de Flores Celestiais:
 

A velhinha japonesa observa o trem em movimento, observa o bilheteiro correndo em sua direção, apontando algo no chão.
 

A velhinha parece não entender o recado e começa a procurar ao seu redor.


Os outros jardineiros percebem o grave erro e vão em direção à rosa branca caída ao chão, apontando.

 

Cotidiano Terreno

Mais de 10 dias se passam no hospital, e Deílma já não aguenta mais ouvir o velho falar sobre o tal "Jardim de Deus".
 

O velho está quase perfeito, poucas sequelas o incomodam, exceto pelo fato de ainda mancar e o braço esquerdo, ainda paralítico.
 

Pois é então que entra o enfermeiro da fisioterapia correndo e falando alto pela ala toda.
 

Chega até a maca do velhinho aos prantos, segura o rosto do velho com firmeza e pergunta o que ele havia feito.
 

Assustado o velho nada responde.
 

O enfermeiro insiste perguntando afinal quem era ele e o que ele havia feito para a criança sua filha.
 

Deílma intercede indagando.
 

O enfermeiro explica que logo após o dia em que o velho segurou sua mão a criança havia agravado muito seu quadro de leucemia, mas que agora estava inexplicavelmente perfeita, segundo os novos exames.
 

O velho solta uma gargalhada muito alta de felicidade e o enfermeiro o abraça fortemente, chorando.

 

O boato se espalha pelo hospital, e muitos dos enfermos têm a esperança de segurar a mão paralítica do velho.
 

Com o passar dos dias o velho começa a ser chamado de "O jardineiro de Ourinhos".

 

Após grande insistência dos enfermos Deílma resolve perguntar ao velho se ele gostaria realmente tentar repetir o feito com algum dos pacientes.
 

O velho responde com grande convicção. Diz que seria um grande prazer poder ajudar. 

Os médicos acompanhavam atônitos as seções de cura realizadas pelo velhinho.

A cada vez que alguma pessoa segurava na mão paralítica dele era de lei que se curasse de algum mal que a atingia ou mesmo dos familiares.
 

Porém, por outro lado a cada pessoa que curava o velho se cansava mais e mais.
 

A cada mão que segurava o velho viajava pelo tempo e pelo espaço desconhecido até o que ele chamava de "Jardim de Deus". 

Arrancava pétalas doentes das rosas, podava folhas ressecadas, juntava galhos quebrados, nada era impedimento para seu talento com as flores.
A cada reparo no jardim, a borboleta sinalizava sua bênção.

 

Sua fama  correu rapidamente por cidades e estados.

Verdadeiras romarias se formavam em frente ao hospital buscando por cura milagrosa.
 

De famoso, o velhinho se tornou "santeiro", várias personalidades, políticos e autoridades vinham ao seu encontro.
 

Algumas delas sinistras.
 

Apesar de exausto o velhinho nunca se negava a ajudar.
 

Sua saúde se degradava rapidamente, mas ninguém parecia se importar, as pessoas buscavam apenas uma cura rápida para seus problemas.
 

Chegavam alguns com o descritério de pedir riquesas ao velho.
 

Algumas figuras maldosas passaram a frequentar o hospital, levando o velho a exaustão total.

Algumas dessas figuras assim que tocavam a mão do velho o transportavam para ambientes inóspitos e escuros.

 

O velho dizia algumas vezes estar num oceano, rodeado por águas-vivas.

Em outras vezes se encontrava num jardim completamente seco, e com areia movediça, onde o sol nunca aparecia.
 

Por diversas vezes estas incursões quase o levaram à morte.

Preocupada com o estado de saúde do velhinho Deílma decide por bem retirá-lo dos olhos públicos, levando-o ás escondidas até a residência de sua mãe, no interior de Minas Gerais.
 

Desesperados os carentes decidem invadir o hospital em busca do jardineiro.
 

Notando a ausência dele no hospital iniciam um grande ato popular de vandalismo, depredando o hospital e levando ao desespero funcionários e pacientes.
 

A existência da figura de um salvador que antes parecia ser uma bênção divina, agora se torna um objeto desenfreado de cobiça e desepero de cada um dos pedintes.
 

Recluso na casa da mãe de Deílma o velho repousa tentando se recuperar de seu cansaço.
 

Se passam apenas alguns dias até que uma criança vizinha o descubra dormindo em sua cama.
 

A criança conta para seus pais, que ao lado de casa está a figura que ela havia visto na TV.
 

Discretamente os pais da criança se dirigem à mãe de Deílma, perguntando sobre o hóspede solene.
 

A mãe de Deílma tenta negar, mas não consegue esconder o fato por muito tempo.
 

Os vizinhos, discretamente, contaram para outros vizinhos, que por sua vez discretamente contaram para os vizinhos de seus vizinhos.
 

Pouco tempo depois o velho, apesar de seu estado de saúde era obrigado a atender as pessoas novamente, causando novo furor nas vizinhanças.
 

Se formam novamente verdadeiras romarias, desta vez em frente a casa velha no interior.
 

Virou hábito as pessoas invadirem e acordarem o velho no meio da noite para que fossem atendidas.

Até que uma noite uma mulher de turbante e longas unhas se faz consultar.
Ao segurar não mão do velho eles embarcam juntos para um local:


Jardim Celestial:
Completamente diferente de todos os outros. Árido, escuro ao invés de terra, somente pedras. Entre as pedras uma água preta e parada. Morta na água estava a borboleta azul.

Cotidiano Terreno:

Policias das cidades vizinhas são convocados para tentar dar ordem ao caos instalado nos arredores da casa.
 

Pessoas se empurravam no pequeno quarto tentando agarrar a mão paralítica do velho, que desfalecia.
 

Fazenda de Flores Celestiais
 

Alertada pelo bilheteiro e pelos seus colegas de roça, a velhinha japonesa enfim nota a rosa branca caída ao chão.
 

Com olhar de extrema surpresa ela se agaixa e pega do chão a rosa branca, cuidadosamente, mantendo um punhado de terra junto e se põe a correr em direção ao bilheteiro que corre também para ela.

Cotidiano Terreno:
Por obra do destino uma das pessoas a se empurrar no quarto é justamente a figura de Luciano (que prometeu tirar a vida do velho, que ele considerava uma aberração).
 

Luciano está armado e ameaça a todos no pequeno quarto.
 

Deseperados os pedintes se espremem tentando passar pelo batente, fugindo da arma.
 

É então que se ouvem os sons das sirenes ao fundo.
 

Do lado de fora a polícia chega aos montes, dispersando a multidão.
 

Deílma tenta em vão entrar na casa de sua mãe, consumida pela multidão alvoroçada.
 

Sozinho no quarto com o velho quase inconsciente Luciano encontra o ambiente propício para cumprir sua cina.

 

Fazenda de Flores Celestiais:

Já com a rosa branca na mão a o bilheteiro corre em direção ao trem, que já estava metade para fora do imenso portão.
 

O bilheteiro corre em direção da porta de trás do vagão, e no reflexo do vidro enxerga a velhinha correndo para ajudar.
 

O bilheteiro tem dificuldade em abrir a porta traseira do último vagão, pois esta parece nunca ter sido aberta antes.
 

O trem não pode se atrasar mais. 

 

Cotidiano Terreno:

Deílma consegue entrar na casa junto com a polícia, na tentativa de defender o velho na cama, mas se depara com Luciano armado.
 

A polícia, vendo uma oportunidade única atira em Luciano, que mesmo baleado ainda tem tempo de agarrar a mão do velho.
 

Luciano, antes de morrer diz suas últimas palavras para Deílma:

"-Não perde as forças não enfermeira, este não era o tempo dele... e você ainda tem muita coisa pra fazer..." 
 

Luciano morre caído em cima do velho, agarrado á sua mão paralítica.
 

Deílma empurra o corpo do mendigo e dirige sua atenção para o velho, que parece delirar, á beira de sua própria morte.
 

Deílma chama pelo velho, mas ele parece obcecado por uma imagem em sua mente.
 

O velho ergue seu braço e parece tentar abrir uma fechadura no ar.

Ele olha para Deílma e pergunta se ela não vê a tal porta.
 

Deílma nega.
 

O velho então leva sua mão na boca tentando aumentar a voz sofrida e grita:
 

"-Senhorinha! Senhorinha! abre a porta, deixa eu entrar... Abre a porta Dê, abre!"
 

Deílma por fim compreende que a tal porta levaria o velhinho à paz.
 

Deílma percebe que aqueles eram os últimos momentos que ela veria o velho com vida.
 

Deílma decide cooperar dizendo que a porta já estava aberta e ele poderia passar por ela quando quisesse.

 

Fazenda de Flores Celestiais:
 

Ajudado pela velhinha, o bilheteiro consegue abrir a porta emperrada do vagão e embarcar com a rosa branca. 

Deixa cair para fora do trem o punhado de terra que ainda tocava a rosa e a sopra para limpar.

 

(Assim que a rosa deixa de tocar a terra o velhinho falece aqui.)
 

A velhinha japonesa abre um sorriso aliviada.
 

O bilheteiro segura firmemente a rosa contra seu peito, sinalizando que aquela não seria mais esquecida nem descuidada.
 

O bilheteiro tremula sua bandeira verde, sinalizando para o maquinista prosseguir a viajem.
 

A mesma mão surrada do maquinista aciona a alavanca que novamente leva a composição a se movimentar.
 

A velhinha japonesa acena as mãos dizendo adeus.
 

Os outros jardineiros correm em direção da maria fumaça acenando para o trem em partida.
 

O bilheteiro retribui o aceno, e entra no vagão, colocando a rosa branca na caixa de papelão, junto com as outras.
 

Quando se abaixa para colocar a flor na caixa deixa mostrar seu rosto uma única vez.
 

O bilheteiro é Luciano, que observa as flores com ar de satisfeito.

O trem passa através do portão gigante num banho de luz.

 

Enquanto a luz invade a tudo se ouve a voz trêmula do velhinho:
 

"-Eu sou esperto, hehehehe, uma vez peguei a escada e subi no muro da fazenda... sabe o que eu vi? Eu ví Deus plantando flores no jardim... heheheheh"
 

Fim

Alek Ribet | Think Movie

CONTATO //

Muito Grato! Mensagem enviada.

AUDIO SCORE - Fazenda & Jardim Celestial - Duofel  // 
Locomotiva / Dilema / Rosa que Cai - Duofel
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O Bilheteiro Desce do Trem - Duofel
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Luciano Segura a Mão do Jardineiro - Duofel
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Rosa que Cai, Velho que Cai - Duofel
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O Bilheteiro Puxa a Corda - Duofel
00:00 / 00:00
Borboleta Morta - Duofel
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Rosa na Caixa / O Bilheteiro se Revela - Duofel
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AUDIO SCORE - Bachianas Brasileiras Nº 2  // 
Amnésia / Amiga Deilma / O Trem Deve Partir -
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Corredores do Hospital / Vou Salvar o Mundo -
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Curar plantas, curar gente / Borboleta Azul -
00:00 / 00:00
Alvorecer em Ourinhos / Desespero dos Pedintes -
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Muitos São os Jardins - Créditos Finais
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Cuidado com o Zangão / Palácio das Rosas -
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Tenho pouco tempo / Apinéia da Camélia -
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SOUND TRACK - Lapsos do Jardineiro  // 
Porta Aberta - Vicente Celestino
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Sangue e Areia - Vicente Celestino
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Flor do Mal - Vicente Celestino
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A Volta do Boêmio - Nelson Gonçalves
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Sabiá de Mangueira - Nelson Gonçalves
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Flor de Maracujá (Tv Ligada) - Rolando Boldrin
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As Rosas Não Falam - Cartola
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Carinhoso - Orlando Silva
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Bom Dia Tristeza - Adoniran Barbosa
00:00 / 00:00
SOUND TRACK - Cotidiano do Jardineiro  // 
O Jardineiro se Recupera - Duofel
00:00 / 00:00
Comprar Roupas pra Entrevitsa de TV - Duofel
00:00 / 00:00
Mudando a Ala do Hospital - Duofel
00:00 / 00:00
O Jardineiro Empina Pipa - Duofel
00:00 / 00:00
As Pessoas Amam o Jardineiro - Duofel
00:00 / 00:00
O Jardineiro vai pra Ourinhos - Duofel
00:00 / 00:00
Luciano Compra uma Arma - Duofel
00:00 / 00:00
Luciano Chega em Ourinhos - Duofel
00:00 / 00:00
Continuação de Créditos Finais - Duofel
00:00 / 00:00
O Jardim de Pedras - Duofel
00:00 / 00:00
A Porta Emperrada - Duofel
00:00 / 00:00

Portfolio //

Saiu na mídia //

Novidades //

Contatos //

>>> Mombojó lança Summer Long:
EP em parceria com Laetitia Sadier, do Stereolab.
Leia a matéria completa.

>>> Em contato com a Gullane Filmes para a curadoria das obras de Alek Ribet.
>>> Em criação da sequência de "Azul 70" 
>>> Vem aí o novo clipe da banda Gosotsa!

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